Publicado na internet hai menos dunha semana, a iniciativa concibida como unha "asemblea a campo aberto" xa contabiliza máis de 600 asinantes.
"A enerxía estaba aí. A xente necesitaba dicilo", afirma un dos primeiros asinantes do Manifesto pela hegemonia social do galego, que prefire o anonimato porque "o que aí se di podería dicilo calquera e tamén estariamos asinando", e concibiuse como unha "asemblea a campo aberto".
Este luns pola mañá, após só seis días de se facer público, conseguía superar os 600 asinantes. Unha gran medra que vén a facer patente o "movemento en favor da lingua", latente nunha sociedade que se arrepón á "situación crítica" do galego, e á "longa práctica de décadas en que non se fixo o que había que facer".
Especialmente, o manifesto denuncia a "política das novas elites do Partido Popular gobernante, decididas a acabar cos tímidos avances na promoción da lingua que o goberno bipartito anterior comezaba a introducir".
Estar en favor da hexemonía social do galego non é "nin imposición nin dominación". Simplemente é estar coa naturalidade da "hexemonía do propio", afirma o noso interlocutor.
É por iso que o manifesto chama "na máis firme tradición do galeguismo, a un compromiso común, horizontal e persistente de toda a cidadanía galega" neste labor de "expansión, consolidación e naturalización" do galego "como lingua nacional propia a todos os efectos".
MANIFESTO PELA HEGEMONIA SOCIAL DO GALEGO
A Galiza vive uma crise da língua própria sem precedentes. À evidente perda do galego na mocidade une-se agora a política das novas elites do Partido Popular governante, decididas a acabar com os tímidos avanços na promoção da língua que o governo bipartido anterior começava a introduzir. Especialmente preocupantes são a eliminação da obrigatoriedade de demonstrar conhecimento de galego escrito para o acesso à função pública (isto é, as trabalhadoras e trabalhadores ao serviço de todos e de todas), e a notável discriminação que se avizinha na presença do galego no sistema educativo público (isto é, coletivo).
O Partido Popular, sob a demagogia da "liberdade linguística", parece decidido a instituir o golpe de graça legislativo e político que impossibilite a recuperação da transmissão, dos usos e do prestígio da língua da Galiza. Que, por políticas dirigidas, num breve período histórico praticamente um povo inteiro deixe de transmitir e de utilizar o seu idioma como forma de conduta diária constitui um linguicídio em toda a ordem, que vulnera frontalmente os direitos humanos e cívicos coletivos.
Mas a situação não é apenas fruto dum plano improvisado do PP à luz duma contingente vitória eleitoral: é também resultado duma prática de décadas em que a classe política dirigente da Galiza se demitiu da sua responsabilidade histórica de contribuir para a necessária hegemonia social do galego como língua de relações sociais, de referência identitária, e de avanço cultural e material. Como em qualquer sociedade, só esta hegemonia do próprio poderá produzir a integração social num espaço comunicacional comum no nível local, nacional e internacional, imprescindível para imaginarmos e portanto construirmos uma ordem de verdadeira igualdade num âmbito de decisão verdadeiramente soberano.
Nós, as pessoas e coletivos abaixo assinantes,
DENUNCIAMOS o plano ultraliberal do Partido Popular e dos poderes económicos e mediáticos dominantes para manterem a língua (isto é, a conduta visível de milhões de pessoas) à mercê do darwinismo social, da lei do mais forte económica e mediáticamente, a língua espanhola;
RECLAMAMOS dos poderes públicos, sujeitos sempre a renderem contas perante a cidadania, o exercício das suas obrigações para a promoção social e institucional do galego e para a eliminação de qualquer discriminação e obstáculo à sua expansão, consolidação e naturalização como língua nacional própria a todos os efeitos;
e CHAMAMOS, na mais firme tradição do galeguismo, a um compromisso comum, horizontal e persistente de toda a cidadania galega pola construção da hegemonia social da nossa língua, a meio da sua transmissão efetiva aos mais novos na vida diária e no ensino, nos seus usos orais e escritos, como o nosso principal instrumento integrador e como o nosso vozeiro internacional no âmbito linguístico e cultural galego-luso-brasileiro de que nunca deixou de fazer parte.