A esquerda independentista vén de dar un paso máis na unidade. E chámase así, 'Unidade Popular', unha nova forza polítiza -asemblearia, segundo eles- para rematar coa dispersión das súas bases e para acadar a independencia. Publicárono nun manifesto asinado pola Assembleia da Mocidade Independentista (AMI), Assembleia Popular da Comarca de Compostela (APC), Assembleia Popular da Comarca da Corunha (APCC), Assembleia Popular do Noroeste e Primeira Linha: Movimento de Liberaçom Nacional. Falta neste conxunto de forzas a Fronte Popular Galega, a FPG. Lean o manifesto...
Processo espiral
Um caminho de liberdade para a Galiza
Construindo un novo independentismo
No alvorecer do século XXI, a Galiza encontra-se na encruzilhada: engavetada nun quadro jurídico-político que nem a reconhece nem a respeita, a naçom vem sofrendo nos últimos tempos contínuas e profundas agressons que a conduzírom até o ponto de nos colocar perto da desapariçom como povo. A desfeita dos sectores produtivos, ainda hoje a consumar-se, decelerada polas luitas populares, mas nunca travada, cai sobre nós como umha catástrofe de impensáveis conseqüências; a gonia da língua, o seu esmorecer na morte doce do bilingüismo harmónico, leva-nos a um ponto sem retorno em que umha cultura nacional assediada, enfraquecida e em permanente subordinaçóm frente à poderosa espanhola vê perder o seu pequeño espaço sem nem sequer enxergar a possibilidade de fortalecer-se resistindo; o aumento da exclusom social, o retrocesso objectivo das condiçons de vida das e dos trabalhadores (especialmente jovens e mulheres), o aumento da feminizaçom da pobreza, produto da ofensiva neoliberal, acaba por desenhar um panorama em que a desestruturaçom económica, social e cultural consegue desintegrar umha milenária naçom, condenada a viver abafada pola falta de soberania e abocada a nom produzir como conseqüência do papel que nos impujo a perversa e interessada divisom internacional do trabalho.
Mas se dizemos que nos achamos na encruzilhada é porque a Galiza tem vários caminhos para eleger: o da permanente subordinaçom, o da resignaçom ante um quadro imposto que se tem provado sobradamente incapaz de conduzir o seu destino com as próprias maos; e o nosso povo, desde que encetou o já longo vieiro da autorganizaçom, demonstrou em diferentes fases e em diferentes cotnextos a sua capacidade para gerar mulheres e homes audazes e dispost@s a pegar com firmeza no leme e reconduzir a nau na direcçom da Pátria soberana.
Que o nosso povo é capaz, que tem sectores dispostos à entrega e à construçom, quere-o demonstrar hoje a esquerda independentista. A expressom mais elaborada do nacionalismo galego, a que propiciou o discurso e a prática mais claros em defesa da construçom dumha Galiza dona de si, enfrenta hoje o repto de elaborar umha proposta política estável e unitária no organizativo que permita avanços qualitativos e a vertebraçom dum movimento plurar e de massas com que responder às necessidades que jà está a evidenciar a nossa naçom. Entrando no século XXI, as diferentes forças, sectores e pessoas que conformamos o independentismo galego comprometemo-nos em dotar esta Galiza do novo século dumha nova ferramenta que seja quem de protagonizar umha defesa conseqüente frente às agressons que sofremos e, ao mesmo tempo, que nos conduza aos nossos objectivos finais. A independência e o socialismo nom som nengumha utopia; som, ao contrario, umha necessidade imediata. Nos tempos em que a globalizaçom imperialista aumenta as diferenças entre o centro e a periferia até criar abismos, impede de facto qualquer controlo dos povos sobre a tomada de decisons que lhes afectam, ditando a sobrevivência de uns e a morte de outros, e imprime umha ofensiva uniformadora no cultural sem precedentes, o nosso povo debe estar auto-organizado. E urge-lhe, aliás, conseguir um Estado de seu que permita à Galiza estar representada em pé de igualdade com o resto de naçons da Europa e do mundo. Urge-lhe, urge-nos sobreviver como galegos e galegas, urge-nos edificar um sistema de justiça social alternativo ao que nos venhem impondo como único possível.
Sobrevivermos à maré globalizadora e à sua expressom no Estado, um espanholismo crescentemente agressivo, exige organizarmo-nos, exige unir, somar, we mesmo multiplicar para levarmos a nau a bom porto. Construir a nossa soberania é construir a Galiza desde a esquerda e, para torná-lo possível, diferentes pessoas, com diferentes trajectóricas políticas e posiçons ideológicas, damos o passo de consumar a unidade da esquerda independentista como o início do Processo Espiral da UNIDADE POPULAR.
O processo que hoje abrimos, com o apoio das organizaçons políticas e sociais que assumem na prática a necessidade de reconstruçom imediata do independentismo, quer alimentar-se da participaçom protagonista de todas aquelas galegas e galegos enquadrados ideologicamente nos parámetros da esquerda independentista, e conscientes da urgência de converter já vontades e atitudes numha realidade tangível. O processo de construçom deste nov o independentismo necessita da tua implicaçom, e é por isso que resolveu adoptar umha metodologia aberta e participativa, que che permitirá participar, desde o início do processo pré-ássemblear até a celebraçom da Assembleia Constituinte da UNIDADE POPULAR, em igualdade de condiçons com o resto de companheiras e companheiros. Estejas organizad@ ou nom, possuas anos ou meses de militáncia ou consciência independentistas, sejas da comarca que fores, o processo constituinte que hoje inciamos abre-se para permitir, facilitar e potenciar a tua participaçom na elaboraçom teórica e prática, no debate e na construçom orgánica do instrumento político que a Galiza necessita.
Bebendo do melhor da nossa dilatada experiência de resistência nacional, combinando a pluralidade com a unidade, e apostando sempre por activar um tecido social que há de ser a nossa melhor garantia contra a imposiçom espanhola, a UNIDADE POPULAR quer atrair para si as vontades mais combativas e inconformistas da Galiza; quer recuperar a política e a linguagem da esquerda, hoj e prostituída polos gestores profissionais do sistema, para abrir o século devolvendo a esperança a tantos sectores do nosso povo que vivem no conformismo e na resignaçom.
Porque a independência é possível, porque a independência é necessaria.
Galiza, Novembro de 2000
ANTES MORT@S QUE ESCRAV@S!
VIVA GALIZA CEIVE E SOCIALSITA!
UNIDADE POPULAR!