Em Homenagem a Camilo Diaz Valinho e Sixto Aguirre Guerin,pessoas honestas e comprometidas.
Esse foi o seu pecado. Morreram de amor . Á Terra e aos seus habitantes.Á liberdade e á justiça.
Un 14 de agosto de 1936 pola calada da noite ficarom deitados no chao das bermas baixas, na curva de Ludeiro na paroquia de Saa.(Palas de Rei)
Maria ainda lembra aos dous homens um cima do outro, cubertos por uma gabardina. Seu pai trouxera a má nova, na hora do solpor: “Hoje deixaron dous no Ludeiro. Cando se fartaram de facerem mal!”.
No dia seguinte, bem cedo ela e outros meninhos foram lá ver. Passaram 72 anos e as imagens ainda ficam na sua memoria:
“-Aghora que esqueço tudo aquelo nom o dou esquecido.Aquele triste dia de aghosto , a chover e aquelas duas pessoas ,uma cima da outra cubertas, apenas, por uma ghabardina.Leváram-os para embaixo do tundal do Barreiro. Sería pola chuva que o forense mandou que os pusseram a cuberto. Logo déronlhes terra tras da igreja . Em Santo Pedro de Meixide,em lugar nom sagrado.”
O bosque de amieiros foi daquela o único abrigo de dous homens jovens, na força da vida. Um estudante ,o outro linotipista e artista gráfico.A “cunheta” fonda e húmida o seu último acocho. Nom tinham cometido delito nenhum. Apenas a ousadia de pensar com liberdade e de crer num mundo melhor. Uma Galiza em que os bens materiais e culturais estivessem ao alcançe de todos os seus habitantes. Numa sociedade em que as leis fossem o garante da liberdade e da integridade física. Um país con dignidade e orgulho de ser . Um lugar para a criatividade e a cultura. Um mundo com tempo e sitio para a poesia.
Esses anceios ,que todos os humanos têm, foram, apartir do 1936, proscritos na Galiza e no resto do estado espanhol e franquista. Convertíram-se em objecto a desbotar das mentes dos habitantes daquele país miseravel e triste em que o transformaram os fascistas. As maes temerosas , os mestres obedientes , as autoridades duras, encarregaram-se de criar uma geraçom de nom penssadores temerosos da igreja e do poder :<< La Nueva EspaƱa.>>mais de 50 que perdurou mais de 50 anos.
Mália isso ,muitos lembrarom e gardarom o testemunho dos herois e mártires da liberdade.
Nas casas falou-se baixinho contando as histórias da morte ou da fidelidade á República e construindo a épica do povo.
Isaac Díaz Pardo como bom filho, nunca perdeu o rumo. Numa tarefa de gigante resgatou a memoria agochada (mas nom esquecida), deu nome aos mortos das cunetas e aos fugidos , aos exiliados e aos encarcerados , e deu forma a criatividade artística raizada na tradiçom e na história da Galiza.
O Mundo ,que vira e vira e dá voltas,independente da gente, mudou o lugar do assasinio. A estrada afastou-se para abrandar a curva e , no lugar das bermas baixas, ficou uma pequena esplanada de terra. A beira do lugar onde ficaram os dous corpos dos jovens medrou um fermoso castinheiro.
Em baixo do castinheiro , abrigada polas suas pólas ,os homens bons e justos ergueram uma pedra fita , feita de granito de Parga . Na pedra uma placa de bronze , que anuncia, como o fam os sinos das igrejas que alí deitaram-se para sempre Camilo Díaz Valiño e Sixto Aguirre Guerin para enterrar con eles “semente de mencer”
Um amoroso castinheiro vela por eles e pola sua semente. Como compre na Galiza: Terra fecunda
Adela Figueroa naceu en Lugo. É catedrática de Bioloxía-Xeoloxía no IES Lucus Augusti. Participou na fundación de organizacións como ADEGA ou a AS-PG e é tamén portavoz de Nunca Máis en Lugo. Ten xa unha numerosa obra científica e literaria. Na actualidade é presidenta de ADEGA. »